domingo, 31 de julho de 2016

Lunar - Capítulo 8

Lunar - Capítulo 8

Belita

"Muitas vezes não nos damos conta do quanto estamos sendo oprimido, até que alguém alheio a nossa realidade, se indigne por nós."

Estranho

Claudio foi receber Carlos no Centro de Pousos e Decolagem de Lunar.
- Como foi o vôo?
- Tranquilo.  Mas dolorido!
- Como assim?! Dolorido?
- Doeu no coração viajar em uma nave argentina.
- Há há há ha! Você é um piadista.
- Não faz idéia de quanto os argentinos são,  considerando as circunstâncias da viagem,  mas ainda!
- Além de você tem mais coisa que me interessa nesta viagem,  o material para reparar o estrago que sua nave fez na minha cúpula.
- Você está bem animado para quem tem tanto trabalho pela frente.
- Sintomático,  a medida que aproxima a aposentadoria, a gente quer realizar mais coisas.
- Já te falei que tem muita coisa a ser feita na Terra, e sua experiência é fundamental.
- Quem sabe. É uma opção!  Vamos para casa?
- Tenho que ir direto para o hotel. Começo a trabalhar já.  Ainda hoje converso com Diva.
- A toda poderosa! ? Conseguiu agenda com ela?
- Pois é.  O Presidente ajudou.
- Este gato?
- É gata!
- Por que trouxe?
- É minha mascote, como vou ficar muito tempo fora de casa, trouxe para me fazer companhia.
- Não acredito!
- Me disseram o mesmo na alfandega.
- Há há há há!  Você ficou mais estranho do que eu lembrava.
Carlos sorriu timidamente.

Carlos chegou a Domex no horário agendado.
Ao contrário dos políticos,  Diva não o fez esperar.
A imensa sala da Presidência chegaria a constrangir, não fosse a simpática recepção de Diva, que foi encontra-lo à pprta.
- Bom dia Dr Carlos!
- Bom dia Dona Diva. Mas eu não sou doutor, sou engenheiro,  tenho algumas especializações,  mas não o doutorado.
Disse enquanto caminhavam.
- Compreendo,  eu também não sou dona, então me chame só de Diva.
- Me chame só de Carlos então.
- Combinado.
Diva sentou-se à mesa e indicou um cadeira pa Carlos.
- Sua vida mudou muito e muito rápido!  - Comentou Carlos.
- Para mim,  estou apenas guardando o lugar para alguém.  Não me vejo fazendo parte de tudo isso!
Manuel entrou esbaforido na sala.
- Desculpem o atraso.  Geralmente todo mundo atrasa um pouco.
Disse enquanto puxava a outra cadeira para sentar-se.
- Esta fase da investigação preza o sigilo. - Comentou Carlos - Se não concordar com a presença de seu secretário posso invocar esse seu direito!
- Manuel é meu tutor,  faço coisa alguma sem ele.
- Certo. - Assentiu Carlos - Basicamente,  minha pergunta para você Diva é simples: A idéia de lançar a garrafa de champanhe contra a Zumbi, foi sua?
- Quero lembrar que ela só responde se quiser!  - Disse Manuel antes que Diva esboçasse qualquer resposta.
- Se não quisesse responder não o teria recebido.  - Respondeu Diva a Manuel. - Não,  a idéia não foi minha! Na verdade não entendi a fixação de Thom por este rito.
- Ele comentou com você alguma coisa que lhe desse uma pista.
- Eu imagino que ele se sentisse dono da nave, e como dono tinha o direito de inaugurar como bem entendesse.
- Mas ele não era o dono.
- Era apenas o homem que pagou mas da metade do custo da construção da nave.
- Apesar de não vir ao caso, não houve investimento de pessoa física,  apenas pessoa jurídica. O conglomerado Domex que investiu.
- A Domex é Thomas e vice-versa!
- Entraremos nesta questão em breve!



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